14 de jul. de 2016

trecho de um prefácio que escrevi para o livro de um amigo


 

Um poema nunca nasce do vazio.

Eles são sempre expressão de vida,
de sangue corrente nas veias.

Eles trazem consigo dores, risos;
eles podem denunciar, podem tripudiar.

Só não são indiferentes.

Um poema costuma guardar laços de intimidade
em relação às coisas do mundo.

O poeta é um sensível, não à toa eles costumam ser lidos e interpretados
nem sempre pela maneira como gostariam de ser interpretados,
mas sim como o leitor deseja interpretar
— ou interpreta, mesmo que não deseje.

O leitor, afinal, é tão sensível quanto o poeta.

E, nesse diálogo, ambos se firmam no mundo.

O poeta lança suas verdades
(ou as mentiras da verdade),
e no leitor é que o confronto entre o poema e a realidade acontece.


O poeta, nesse momento, já ficou para trás.





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