5 de set. de 2015

A verdade é que eu nunca estive realmente preocupado com essas coisas. Governo, trabalho, vida acadêmica... nada, nada disso realmente ocupa o altar das minhas preocupações. No entanto, sou escravo de minhas escolhas. Quando comecei a me envolver com política, de certo modo apontei uma direção para a minha vida que não posso simplesmente ignorar. Daí nascem meus comentários em defesa do governo, em crítica às greves, em dedicação ao serviço profissional, em redação de artigos e dissertações... Por mim, estaria deitado no sofá por pelo menos cinco ou seis vezes mais tempo do que em geral eu fico, seja lendo qualquer bobagem (por diversão, não por necessidade) ou vendo TV livremente, sem a preocupação de emitir opinião, de combater fascistas na internet (e na vida real), de construir meus argumentos (e desconstruir outros) nem de me informar devidamente em relação a temas polêmicos do cotidiano.

O lado menos sufocante desse problema que estou fadado a carregar é que pelo menos meu trabalho (atual) não é estafante e a convivência é tranquila, meus objetos de estudo acadêmico são em geral coisas que me apetecem e a política é algo interessante, não à toa as pessoas odeiam - inclusive, foi quando me dei conta deste fato que comecei a achá-la realmente interessante (afinal, se as pessoas não gostam, algum valor deve ter).



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