15 de out. de 2014

Glória da Manhã

Não ouço, falo, sinto, penso quase nada
não vou ao caso de buscar outro refúgio
talvez o tempo faça com que isso me leve
a um voo intenso ou pular no mar profundo

Isso me afasta do que quis e do que pude
isso atesta então o riso que me falta
o riso e a festa já acabaram há um tempo
e só o vento me acoberta no momento

E o que era assim fácil demais
agora se esconde aqui no cais
e nesse mar um fardo total

me geram uma insônia fatal

A casa que eu construí e morei junto
de sons e atos que me eram tão escassos
me sinaliza o fim de um tempo quase mudo
em que meus gritos não saíam do meu mundo
(e agora sob novo afã eu sinto a glória da manhã)

E agora tudo me é acidental
mas sem abraços, coisa e tal
e mesmo sem gestos além

n
ão sei se já me sinto bem...

Um comentário:

Maluz disse...

"A casa que eu construí e morei junto
de sons e atos que me eram tão escassos
me sinaliza o fim de um tempo quase mudo
em que meus gritos não saíam do meu mundo
(e agora sob novo afã eu sinto a glória da manhã)"

meu presente poético de hoje!