30 de set. de 2014

Lembro-me de quando fui com uns amigos pra uma casa de praia num carnaval, ainda nos anos 90. Éramos adolescentes, loucos para beber e arrumar umas garotas. Ao final, bebíamos muito pouco (não tínhamos dinheiro) e não conseguíamos nenhuma garota pra conta (não tínhamos atributos físicos nem lábia). Mas o rito era sempre o mesmo. Saíamos de casa às 22h (era a hora que começava a arruaça na cidadezinha, até amanhecer). Lá, ficávamos por umas duas horas juntos e aos poucos cada um ia para um lado. No dia seguinte, todos tinham histórias mirabolantes para contar; eu especialmente. Mas a verdade é que eu era o primeiro a voltar pra casa. Depois de dar umas voltas entre aquela multidão de bêbados e oferecidas, eu subia solitário a íngreme ladeira às duas da manhã, entrava em casa pela porta dos fundos e ia pra cama. Puxando na memória, a única coisa que consigo me lembrar dessas ocasiões é de uma noite em que eu me deitei e ouvi pela primeira vez a música Tempo Perdido, sendo tocada lá na praça central, bem longe de eu estava. Depois fui procurar essa música, que falava "somos tão jovens" e entendi o que queria dizer...

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