16 de mai. de 2025

Também espero que melhore. Anotei a sugestão de série. Consigo entender a angústia desse tipo de situação. Lembro que uma vez, quando comprei meu apto (2019), ainda tava com poucas coisas e uma menina com quem tava flertando meio que tava insistindo de ir me visitar (nos conhecíamos da universidade e descobrimos que éramos vizinhos nessa minha nova moradia). OK, vai ser massa, dá pra comer uma coisinha, vamo ver um filme, pode rolar algo etc, chamei ela e quando ela chegouuuuuuu... no exato instante que ela cruzou a porta do apartamento, entrando, eu senti uma puta sensação de arrependimento, uma sensação pesada, uma energia ruim. Talvez não fosse por ela, pensei que talvez fosse por mim, eu tava finalmente morando sozinho (já havia morado só antes mas era em kitnets fudidos, com pouca grana etc, e dessa vez eu tava com emprego, organizando apto do meu jeito etc) e ao invés de passar um tempo curtindo comigo mesmo me pareceu cair um forte sentimento de que eu estava deixando o espaço (e eu mesmo, quem sabe) ser "invadido" por um ente estranho a ele, ao deixar alguém entrar fácil assim, com poucos dias que eu morava ali, tendo acabado de limpar o fogão que recebi por doação e de ajeitar a mangueira do gás encanado, pronto para inaugurar o pegador de macarrão que ainda não tinha usado e que pretendia que fosse naquela noite... rapaz, foi tão sufocante que eu não sei se deixei transparecer; na prática, tentei fazer sala, ao menos manter a noite agradável ao menos para as conversas elementares, mas na primeira oportunidade que surgiu, eu, SEM PESTANEJAR, aproveitei para interromper abruptamente o ciclo esperado das coisas, fazendo com que no final nada rolasse, ela terminasse na casa dela e eu ali, no meu apartamento, sozinho, salvo - salvo de mim mesmo e salvo por mim mesmo, porque a gente é assim. Os bipolares sentem mais e não tem nem grau de comparação, mas eu também sinto, você também sente e se algumas pessoas parecem não sentir é porque se enclausuram tanto num tipo de personagem que enganam até  a si próprios, e isso é mais triste do que aceitar a própria angústia de ser quem é em suas contradições. Enfim, sem firulas pseudopoéticas, e já tendo contado meu causo particular, retorno ao princípio da mensagem desejando novamente que melhore e que a noite, apesar dos percalços, tenha algo a se aproveitar. Não sou de postar minhas agruras existenciais no instagram (uso alguns blogs para isso desde o longínquo 2003), mas aprecio quem o faz porque gosto de quem mostra verdades e de quem não foge de si próprio. Aprecio quem sente. Não é por morbidez, evidentemente não me dá nenhum prazer, mas é como se em algum grau eu sentisse um pouco do que a pessoa sente e, sendo compartilhado, isso talvez diminua a dor de alguém, mesmo que nem ela própria perceba...




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