14 de abr. de 2016

Nas experiências presentes, receio, estamos sempre "ausentes": nelas não temos nosso coração - para elas não temos ouvidos. Antes (como alguém divinamente disperso e imerso em si, a quem os sinos acabam de estrondear no ouvido as doze batidas do meio-dia, e súbito acorda e se pergunta "o que foi que soou?"), também nós por vezes abrimos depois os ouvidos e perguntamos, surpresos e perplexos inteiramente, "o que foi que vivemos?", e também "quem somos realmente?"...

E em seguida contamos, depois, as doze vibrantes batidas da nossa vivência, da nossa vida, nosso ser - ah! e contamos errado... Pois continuamos necessariamente estranhos a nós mesmos, não nos compreendemos, temos que nos mal-entender, a nós se aplicará para sempre a frase: "cada qual é o mais distante de si mesmo"...........


nietzsche



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