Nunca me preocupei em lances espirituais quando experimentava drogas. Meu negócio era somente fugir; não tinha espiritualidade, transcendência alguma, e nunca romantizei aquelas experiências; exceto quando estive no Vale do Amanhecer, há coisa de década atrás, e me abri para o que eles se propunham. A experiência que tive foi, sim, rica. Não sei o que envolveu, se envolveu Deus, se envolveu alguma comunhão, trajetos espirituais, coisa parecida. Mas envolveu algo que eu nunca havia vivenciado, e a lembrança de me ver em contato comigo mesmo, de subir aos céus, de chegar em uma nuvem e encontrar meu pai - fosse quem fosse, pois o rosto não era identificável, mas era meu pai, eu sabia naquele momento - e de perdoá-lo por ter-me posto no mundo sempre foi muito forte durante muitos anos. Chorava toda vez que lembrava. Agora não choro mais, nem sinto necessidade de novas buscas espirituais. Fiz o que tinha que fazer. Foi bom, e as lições já foram extraídas.
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