14 de ago. de 2015
Aqui estou eu, juntando esses livros comprados ao longo de anos fuçando sebos (pouquíssimos comprei em livrarias). Não sei quantos tenho, talvez uns 300 ou 400. Reuni uns vinte e a ideia é vendê-los. Há uma parte de mim que se vai com eles, sobretudo eu que sou tão apegado a objetos imateriais, talvez mais até do que garotas que passaram e amigos que não vejo mais - sempre tive mais apreço pelos livros, por um relógio que me acompanhou por anos, pela moto que me levou pra lugares diversos e por outras coisas banais como aneis e cadernos antigos. Eu sei, é muito egoísmo. Todos esses objetos, afinal, são uma extensão de mim mesmo. Logo eu, que sempre considerei o egoísmo um defeito sério, vergonhoso, talvez o maior defeito que carregamos. A bem da verdade, porém, eu nunca disse que é fácil não ser egoísta. Bom, decidi aceitar a união do útil e do agradável. Agora metade dos livros que preciso estão no meu kindle e esses da foto e outros tantos não são mais do que apenas vaidade pessoal expressa em estantes lotadas. A grande maioria deles representa mais o que eu fui do que o que eu quero ser. Sófocles, Marx, Dostoiévski, Goethe, Burroughs, Freud, Rimbaud, Erasmo, esses grandes companheiros, sujeitos que fizeram a minha cabeça, agora estão acompanhado de cifrões. Alguns ainda vou manter comigo, espero. Vou ganhar uns tantos centavos, pagar dívidas banais e dar um novo passo pra uma vida mais limpa; sem velharias ao meu redor, e valorizando mais os vivos do que os inanimados, sem entender que estes têm lá sua parcela de importância. Foi boa a travessia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário