É muito esquizofrênico ver as pessoas desejando feliz aniversário e fazendo votos de vida longa a uma pessoa que já morreu. Mas ninguém tem culpa: Adílson era isso aí, sujeito de gestos repentinos, descontraídos, às vezes grosseiros - porque era sincero demais. Sempre reclamou comigo que nunca o chamei para viajar de moto, um dos prazeres que tínhamos em comum, que tinha para ele o mesmo efeito que para mim - era terapia, meditação, salvação. Eu nunca expliquei que viajar de moto, para mim, só funcionava se fosse sozinho. Nada contra ele, um bom companheiro. Agora Adílson se foi, mais ou menos como os caras que idolatrava - Kurt, Jim, Raul. A tragédia provavelmente já dava seu tom não só nas suas viagens de moto, mas também nas bebedeiras sempre excessivas. Já não há mais nada a dizer...
![]() |
A Twister agora está solitária |
Nenhum comentário:
Postar um comentário