1 de abr. de 2014

Ouvi histórias sobre ter um pai que passou por algumas agruras da ditadura, sendo estudante e subversivo e tendo a casa surrupiada e os livros de Luis Carlos Prestes confiscados pela polícia política - tendo despistado os fardados, conseguiu se livrar de torturas e afins...

Nunca conheci esse tal pai.

Conheço, e lembro-me de, quando moleque, tive único contato com um tio-avô de alta patente no Exército; vivia no Rio Grande do Sul, e só viera duas vezes ao Rio Grande do Norte, a primeira delas a serviço - de segurança nacional: caçar comunistas - e a segunda, na ocasião em que o vi, velho e sério demais, ainda no final dos anos 1980.

No Partido, tive contato com camaradas que passaram por coisas tortuosas. Cada conversa com Mery Medeiros é uma aula; cada aperto de mão com Antônio Capistrano já me ensina muitas coisas.

A História do país não encontra conciliação no fato de torturadores continuarem impunes. Infelizmente, tenderá a permanecer. Olho para o velho Mery, presidente da Associação dos Anistiados, e lamento que vinte anos de sua vida tenham sido abreviados sem que ninguém pague por isso.

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