Esses dias tirei um tempo para reler blogs amigos de outros tempos. Dentre os vários blogs por vezes piegas ou comediantes demais, reencontrei um que gostava bastante porque, se pecava, era pelos excessos, não pela falta. No blog Extravios e Roubos, li uma postagem recente que, a mim, incomoda; não sei se porque senti tudo aquilo e porque, na medida que o tempo passa, começo a ter a sensação desgastante de "olhar para trás", e perder fôlego para certas coisas. Como já conversei com meus amigos, com minha namorada, com estranhos, não sei se é maturidade ou caretice. Vai saber.
Segue:
90% das vezes, quando paro para pensar sobre isso, considero a juventude
patética. Quando você percebe que se debater é inútil, digo, é tão
estúpido o grito, a revolta, a inconformação e ora, tudo isso quase
nunca te leva a lugar algum. As roupas ridículas, os porres, as drogas, a
poesia, a música, os deslizes, o foda-se, a vontade de ser diferente do
resto do mundo, ser maior, ser especial e, contudo diferente para ser
igual. Para ser amado.
Nas vezes que sobram, quando eu penso na juventude eu sinto uma inveja
que seria amarga, não fosse essa paz do amadurecimento porque para ser
linda como a juventude, para ser ridícula não basta querer ser, é
preciso sentir toda aquela agonia e histeria juvenil que faz parte do
corpo vivo, da alma morta, de certeza alguma.
Mas hoje, nesse dia de sobras, ou quem sabe, seja somente uma faísca de
histeria ou serendipismo, me peguei apreciando um desses poucos jovens
lindos e inquietos, daqueles que escrevem poesias tão ruins que são
boas, daqueles que escutam músicas boas porque as sentem daqueles que
sempre pegam a estrada para ter alguma certeza, daqueles que cultuam o
vento na cara, se emocionam com a noite e não tem preguiça de falar ou
de dançar.
Daqueles tipo eu, antes de ficar velha. Quase senti saudades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário