4 de out. de 2012

Faz vários anos que li e reli On The Road. Em certa época, cheguei a ter grande parte do livro fácil na mente. Não é mais o caso. Esqueci de boa parte da história, trechos épicos que ficaram escondidos em alguma gaveta da cachola. Hoje, resgatei algumas. Assisti o filme e elencaria alguns pontos positivos entre outros negativos (estes em maior número). Mas eu reconheço as dificuldades de transpassar conteúdo de livros para o cine... é por isso que nem me incomodo com o fato de ter sentido sono em alguns momentos (minha namorada não conseguiiu resistir, à certa altura, adormecendo docemente). Mas bons momentos, especialmente o final, voltaram à minha memória com violência - aquele desfecho que tanto desenhei na cabeça, estava vendo ali, com um Dean e um Sal que talvez não fossem como eu imaginava, mas curiosamente nada estava muito diferente. As palavras estavam ali, a sensação era a mesma que eu sentia, os olhos marejados de Dean eram por mim acompanhados, o constrangimento de Sal era também por mim sentido... Emoção igual faz tempo que não tive ao assistir algum filme representando livros significativos pra mim, nem quando vi Factótum ou Pergunte ao Pó. E olha que On The Road nem é meu livro favorito do Kerouac; Os Vagabundos Iluminados é muito mais sublime, rico, reflexivo. Mas o que importa é que o resgate foi feito, e sair do cinema de moto, com a garota e passear pela beira-mar coberto apenas pelo brilho da lua e dos postes me deu um positivo (e há muito esperado) choque de realidade... que venham outros.

Um comentário:

nayara xavier disse...

Dois choques.
uma realidade...

o filme e o mar, as luzes da cidade, lavando as almas - em choque. quem quer mais que isso?