23 de nov. de 2011

eu sinto falta de pegar a estrada, sair sem rumo, com algum destino fantasioso que só é pretexto pra desprender-me... sinto falta da solidão das rodovias, da meditação e do preenchimento da viagem, de poder cantar e pensar, de parar pra tocar gaita e tirar fotos e ficar olhando o mar, os pastos, até os canaviais e as erosões... bate saudade da camaradagem das rodovias, dos toques na buzina pra quem vem na moto no sentido contrário, da abertura pra que carros e carretas possam passar, e da que abrem para que eu passe, uma camaradagem própria dos que sabem que ali na estrada só somos nós... queria estar naquelas rodovias nas quais o movimento não se apresenta, onde se pode parar na beira da estrada, sentar e esperar 50 minutos até que passe algum outro veículo por ali... sinto falta do triunviato céu-verde-asfalto que enfeitam minha viseira e que apetece tanto a meus olhos, agora desacostumados dessa maravilha... queria ir porque assim aceito melhor o mundo e aceito melhor as pessoas... lembro-me duma canção em que o sujeito esfrega uma lâmpada do aladim e tudo o que deseja é poder ficar; no meu caso, o que desejo é poder sair... mas minha lâmpada também foi perdida, e assim como ele quando fui procurá-la o máximo que encontrei foi uma vela derretida...


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