14 de mai. de 2011

... então eu rememoro a última garota com quem fiquei, ela tinha a minha idade, não lembro se era 24 ou 25 anos, na ocasião, mas ficamos mesmo assim, e depois de tudo falamos um pouco sobre diversas coisas e ela já foi logo se adiantando que queria algo sério, que não estava de brincadeira, o que se mostrou bem desagradável porque a garota aos 25 anos já está naquela crise premente, visualizando a solidão batendo em sua porta, então quando a menina nessa faixa de idade fica com o cara, já o faz prendendo-o de maneira a evitar que o sujeito consiga desvencilhar-se dela, ou seja, a mulher já vislumbra um casamento, uma vida a dois e não se permite deixar que a coisa se desenvolva por si só, e eu achei a ocasião em que saímos bem desagradável, não porque eu não goste de compromissos, relacionamento sério, até gosto e até queria, mas não na perspectiva dela, o que eu queria era compartilhar coisas, ela(s) não quer compartilhar, quer apenas cumprir uma missão divina - ter um companheiro -, não pensa na natureza da relação, e é por isso que eu não gosto de ficar com as garotas da minha idade, porque nós estamos envelhecendo e cada vez mais nos rendendo a certas tolas obrigações e na cabeça das garotas isso ocorre de maneira muito forte, e eu sinto saudade da coisa juvenil de você ter um compromisso que se preenchesse não de vidas condenadas a ficar juntas, mas de vidas que se unem porque assim o querem, de sair juntos, conversar, viver e conhecer as coisas, assim, fico me lembrando de tudo que conheci e experimentei na minha adolescência e bate até uma pequena angústia por ter vivido todo aquele tempo incrível sozinho, absorto numa pretensa ilusão de liberdade, mas falo isso não com o remorso imbecil de quem só agora se dá conta de que a vida passou, pois naquela época eu já pensava o mesmo, de modo que hoje ainda admiro bastante, ou até mais do que antes, os adolescentes que namoram, porque eles têm todo vigor e toda beleza e saúde, e toda possibilidade de estarem com quem quiserem quando bem quiserem, mas estão com aquele ali, do lado, enquanto no universo adulto não existe mais o querer, existe apenas aquilo que deve ser, de maneira que pra mim não existe melhor expressão amorosa do que namorar na adolescência, quando não existem obrigações, então eu decidi nunca mais sair de novo com essa garota de 25 anos com quem fiquei, porque embora tenhamos certa confluência de pensamento, acho que ter algo sério com ela não compensaria pois seria o mesmo que entrar na dança depois que a música parou...

Um comentário:

Maluz disse...

Não sei por que as pessos se sentem na obrigação de casar e ter filhos,não importa mais com quem a coisa é casar... as pessoas tão se casando cada dia mais novas e sem se conhecer, acho que muitas das veses é pelo medo da solidão não pelo amor em si. Metade de meus amigos estão se casando, olhe que não sou nenhuma adulta e meus amigos são na minha faixa mais velhos pouca coisas e os que sobraram estão ja sumidos se matando de trabalhar com data de casamento marcada! O casamento hoje em dia virou a primeira comunhão pro catolicismo ou o nosso batismo nas aguas pros protestantes...